Revista Globo Rural

VENENO PODE SER MEDICINAL

Em Piracuruca, município de 29 mil habitantes, a 210 quilômetros de Teresina, no Piauí, uma parceria entre jovens pesquisadores e apicultores, envolvendo a apitoxina, o veneno produzido pelas abelhas da espécie Apis mellifera, promete bons resultados, como um possível remédio profilático contra a Covid-19.

Uma das responsáveis pelo trabalho é Rikaelle Gomes de Melo Cerqueira, de 28 anos. Ela nasceu em Piracuruca, mas passou parte da infância e juventude em São Paulo. Em 2017, formada em enfermagem, voltou para a cidade natal e iniciou um mestrado em biotecnologia no Centro Universitário Unifacid. A primeira ideia era estudar nanotecnologia, mas quando o vírus Sars-CoV-2 se espalhou pelo mundo, causando a pandemia de Covid-19, ela teve novas ideias.

Rikaelle conta que na China os apicultores que tiveram contato com o vírus não desenvolveram a Covid-19. “Esse fato chamou a nossa atenção. Provavelmente, por causa da profissão, eles tiveram também mais contato com a apitoxina, e isso poderia ter gerado uma defesa para o organismo. Aproveitando que um laboratório de extração de apitoxina estava sendo instalado em nosso município, tradicionalmente produtor de mel, decidimos direcionar o nosso trabalho para essa área, até porque boa parte dos medicamentos e vacinas parte de estudos de venenos encontrados na fauna e na flora”, explica Rikaelle.

Orientada pelo professor doutor Francisco Laurindo da Silva e apoiada pelo pessoal da Cooperativa de Desenvolvimento Rural do Vale do Rio Piracuruca (Codevarpi), ela começou a conduzir os estudos aplicando apitoxina em laboratório em 12 ratos. Atualmente, 24 famílias e milhares de abelhas, de seis municípios, estão diretamente envolvidas no fornecimento de apitoxina para os estudos.

BIODIVERSIDADE ∣ APICULTURA

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2022-11-01T07:00:00.0000000Z

2022-11-01T07:00:00.0000000Z

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