Revista Globo Rural

MÃOS À OBRA

INÍCIO_ Aqui, a criação pode ser realizada com dois tipos da espécie, sendo o Centropomus paralellus, que é chamado robalopeva nas regiões Sul e Sudeste e camurim no Norte e Nordeste, o que conta com mais tecnologia e disponibilidade de alevinos. Porém, com comprimento máximo de 70 centímetros e 4 quilos de peso, tem desvantagem no valor comercial, já que o preço varia de acordo com o tamanho. De maior porte, o Centropomus undecimalis, ou robalo-flecha (Sul e Sudeste) ou camurimcorcunda (Norte e Nordeste), pode chegar ao limite de 1,2 metro de comprimento e 25 quilogramas de peso.

AMBIENTE_ Calmo e gregário são duas características do robalo que podem explicar a pouca exigência que o peixe tem em relação à quantidade de oxigênio na água. A espécie também é tolerante às oscilações de temperatura, inclusive em uma grande amplitude entre 10º C e 35º C. Contudo, é bom ressaltar que o apetite e o crescimento do robalo são inibidos abaixo de 20 ºC. Assegure que a água seja limpa e de boa qualidade, sendo o pH 8 para a salgada e o de 7 a 9 para a doce.

ESTRUTURA_ Para criação de robalo-peva em água doce indicam-se tanques retangulares, com 4 x 2 metros, e circulares, com 3,2 metros de diâmetro e 1,2 metro de altura. Em ambas as opções deve ser mantido o fluxo contínuo ou o sistema de recirculação, com renovação de água entre 10% e 30% por dia. A densidade de estocagem varia entre 2 e 5 quilos por metro cúbico, enquanto para o robalo-flecha o limite superior é de 3 quilos por metro cúbico. No caso do flecha, a recomendação é utilizar tanques maiores, com diâmetro de 4 metros. O sistema de recirculação deve contar com filtros de areia e biológico, fracionador de espuma e lâmpadas ultravioletas. Troque de 30% a 50% do volume de água por hora. Uma alternativa é o uso de canais de abastecimento.

ALIMENTAÇÃO_ Carnívoro e predador, o robalo em criação extensiva gosta de comer outros peixes, como lambari em água doce e tainha e sardinha no mar, além de crustáceos. Camarão é um dos alimentos preferidos. Em criação intensiva, forneça rações comerciais próprias para peixes carnívoros de água doce.

REPRODUÇÃO_ Em cativeiro, o macho do peva está pronto para ser pai no segundo ano de vida. Já o do flecha, no primeiro ano, porém recomenda-se utilizá-lo como reprodutor somente após atingir 2 quilos de peso. Embora comece mais cedo, a maturidade sexual da fêmea do peva tornase excelente a partir de três anos de idade, enquanto a da do flecha pode levar muitos anos. Contudo, o indicado é realizar a fecundação em laboratório por meio de indução hormonal, prática que é executada por profissionais.

CONSULTORIA_ VINICIUS RONZANI CERQUEIRA, DOUTOR EM OCEANOGRAFIA BIOLÓGICA, PROFESSOR TITULAR DE PISCICULTURA MARINHA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC), VINICIUS.CERQUEIRA@UFSC.BR ONDE ADQUIRIR_ COM CRIADORES IDÔNEOS E EM LABORATÓRIOS DE PISCICULTURA E CENTROS DE PRODUÇÃO E PROPAGAÇÃO DE ORGANISMOS AQUÁTICOS MAIS INFORMAÇÕES_ INSTITUIÇÕES DE PESQUISA E UNIVERSIDADES COM CURSO SOBRE ATIVIDADES NO SETOR DA AQUICULTURA E CULTIVO DE ROBALO-FLECHA E ROBALO-PEVA, EM “ESPÉCIES NATIVAS PARA PISCICULTURA NO BRASIL”, EDITORA DA UFSM, SANTA MARIA (RS), 2020, WWW.UFSM.BR/EDITORA

COMO CR∣AR ∣ ∣ ROBALO JOÃO MATHIAS

pt-br

2023-04-29T07:00:00.0000000Z

2023-04-29T07:00:00.0000000Z

https://revistagloborural.pressreader.com/article/282243784916372

Infoglobo Conumicacao e Participacoes S.A.