Revista Globo Rural

COMO CRIAR

Em um país cortado por muitos rios e banhado pelo mar em uma extensão de cerca de 8 mil quilômetros, é bom saber que aqui há peixes que podem ser manejados em água salgada, salobra e doce, como o robalo, que é uma escolha certa para se criar nos quatro cantos do território nacional. Presente por toda a costa brasileira, a espécie de escamas ainda tem possibilidade de ser produzida em açudes, lagos e represas, graças à sua rusticidade e à boa adaptação a diferentes ambientes.

Por ser resistente e suportar grandes variações de salinidade na água, o robalo consegue nadar adentro por estuários, lagunas e lagoas de água doce. Tal capacidade, aliada ao hábito de viver em cardume na natureza e à boa taxa de conversão alimentar, permitiu o desenvolvimento de pesquisas e técnicas para a lida do peixe em cativeiro, surgindo para o empreendedor mais uma atividade de engorda comercial rentável na piscicultura.

Com a combinação do sabor suave da carne de qualidade com o preço do quilo valorizado, sobretudo do filé, de fácil separação e alto rendimento, o robalo é uma criação com potencial para aumentar o orçamento do mês para o piscicultor. Dotada de ácidos graxos poli-insaturados, baixo teor calórico e pouca espinha e gordura, a proteína do peixe é benéfica para a saúde do consumidor, sendo apreciada tanto crua, em versões de ceviche ou em receitas da culinária japonesa, quanto cozida, assada, grelhada ou na composição de pratos típicos, como moquecas e ensopados.

O robalo também faz sucesso em pescas esportivas, devido à agressividade no ataque às presas, que incluem peixes pequenos, camarões, caranguejos, entre outros crustáceos, e também por apresentar um nado ágil, que é favorecido pelo seu corpo alongado e com

primido. Embora haja exemplares que chegam a 1 metro de comprimento, o mais comum para a espécie é atingir 55 centímetros, sendo 36 centímetros o tamanho ideal para a comercialização após o desenvolvimento em tanquesredes, escavados ou revestidos.

Na criação, contudo, a reprodução é uma fase que requer conhecimento especializado, pois a ovulação e a desova das fêmeas ocorrem somente por meio de indução hormonal, enquanto os machos liberam o sêmen quando têm o ventre pressionado manualmente. Da fertilização, que necessita que os reprodutores permaneçam em um tanque de maturação e com alto nível de salinidade na água, até a eclosão, levam-se mais de 15 horas a uma temperatura específica, de acordo com a espécie manejada. Além disso, outro processo delicado para a sobrevivência do robalo é o da larvicultura, que demora 60 dias até atingir o tamanho adequado para ser transferido para o berçário ou pré-engorda.

SUMÁRIO

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2023-04-29T07:00:00.0000000Z

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