Revista Globo Rural

TECNOLOGIAS PARA EVITAR, REDUZIR OU SEQUESTRAR AS EMISSÕES DE CARBONO

no, não está estruturado e precisa de definições mais rigorosas de qualidade e uma maior ênfase na remoção do CO . Esse é o caminho que pode aumentar a confiança do mercado, crescer os preços e impulsionar a demanda, observa o relatório da BloombergNEF.

O documento alerta para os riscos que o mercado está correndo, pois os compradores precisam de transparência e definições claras em torno da qualidade. Esse cenário de incerteza foi o responsável pela fraca performance em 2022, quando as empresas compraram 155 milhões toneladas de carbono equivalente, uma queda de 4% em relação a 2021. A justificativa foram os temores de risco à reputação na compra de créditos de baixa qualidade.

Bolsas, contratos futuros, fornecedores de tecnologia e iniciativas privadas estão trabalhando para padronizar e simplificar as compras de compensação, criando padrões de qualidade claros. Se esses esforços forem bem-sucedidos, as definições de normas e qualidade podem aumentar a liquidez no mercado e ajudar as empresas e os investidores a diferenciar suas estratégias de compensação. Porém, diz o relatório, com tantos grupos lidando com essa questão de forma independente, os compradores podem ficar cada vez mais confusos.

Os países vendedores nesse mercado concentram suas ofertas em créditos de carbono por desmatamento evitado (REDD, na sigla em inglês), que são menos complexos de realização e mais fáceis de medição. Projetos desse tipo são economicamente sustentáveis a US$ 10 ou US$ 15 a tonelada de carbono (atual valor).

Para o Brasil se posicionar sobre as regras do jogo perante outras nações, primeiro é necessário se organizar dentro de casa. Com a expectativa de ser aprovado em 2023, o Projeto de Lei 412/2022 teve parecer favorável do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), mediante um texto substitutivo, e passou pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O PL prevê a criação do Sistema Brasileiro de Gestão de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBGE-GEE), que deve atender aos mercados regulado e voluntário em duas categorias.

A primeira se refere aos direitos de emissão de gases de efeito estufa” (DEGEE) e o segundo ativo é o de “reduções verificadas de emissão” (RVE), cujas emissões são verificadas a partir de padrões de certificação reconhecidos.

Existem basicamente dois mercados que negociam carbono, o mercado voluntário e o mercado regulado. Este segundo é muito pouco explorado pelo mercado brasileiro, e no exterior os investidores dão preferência ao consumo interno de créditos, em vez de importar de outros países. Isso beneficia o país de origem das empresas nos acordos internacionais firmados no âmbito da Convenção sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU).

O mercado brasileiro ainda pouco explora os créditos de carbono possíveis de ser gerados a partir do maior sequestro via maior tecnologia e metodologias de cultivo. Na avaliação de empresas do setor, o Brasil possui potencial no âmbito internacional por ter áreas ameaçadas de desmatamento, de baixa produtividade ou até mesmo improdutivas, que podem ser convertidas em florestas nativas, gerando créditos de remoção por reflorestamento.

“Creio que a visão ambiental de todos está se tornando mais profunda, e o mercado vai reconhecer isso”

EDGAR FEDRIZZI,

produtor em Cascavel (PR)

ME∣O AMB∣ENTE | INVESTIMENTO

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2023-03-06T08:00:00.0000000Z

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