Revista Globo Rural

HARMONIA COM A NATUREZA

No riacho de águas transparentes que corta uma das matas da Fazenda Santa Maria, em Ponta Grossa, no Paraná, uma onça-parda (Puma concolor) volta e meia mata a sede, enquanto faz da floresta nativa o seu refúgio e local para conseguir alguma caça.

Mas, quando não é hora de a onça beber água, o agricultor Cassio Kossatz, de 36 anos, costuma entrar pela pequena trilha na floresta para mostrar a beleza aos visitantes da propriedade.

Ele trabalha com o seu pai, Celso, e a sua irmã Fernanda produzindo principalmente soja, milho, trigo e feijão e tendo como aliados, para uma rotação de culturas de primeira linha, a aveia-preta e o trigo-mourisco.

A Santa Maria tem 1.100 hectares de área de agricultura e outros 500 hectares de matas, nativas ou reflorestadas, onde diversas espécies de animais silvestres habitam e águas correm no rumo do Rio Tibagi, que nasce ali perto, nos limites com o vizinho município de Palmeira.

“Os maiores bens de um agricultor são a água e o solo, por isso a gente se preocupa com os rios. Para que plantar até na beira da água?”, comenta e questiona Cassio, enquanto dirige a camionete para chegar à área da fazenda dedicada à compostagem de resíduos orgânicos de indústrias de Ponta Grossa, que se transformam em fertilizantes para a própria fazenda. O trabalho começou em 2008, inicialmente tocado pela família Kossatz e atualmente por um parceiro, que recolhe 3 mil toneladas por mês de resíduos e as transforma em 1,8 mil toneladas de composto orgânico, que vão direto para os solos da Santa Maria, propriedade que é autossuficiente em relação à energia elétrica, produzindo o necessário para o consumo com placas fotovoltaicas. “Nossa conta está zerada”, comemora Cassio. A preservação das matas, a transformação do lixo em fertilizante e a produção de energia elétrica limpa são ações que compensam em grande parte as emissões de carbono geradas pelas atividades da propriedade, embora não seja possível mensurá-las sem a aplicação de protocolos científicos. Integrante do Programa PRO Carbono, da Bayer, a família Kossatz participa de experimentos em dois talhões, cada um com aproximadamente 50 hectares. O projeto, lançado em 2020 e presente em dez países, conta com mais de 2.600 produtores no mundo, que juntos já sequestraram 500 mil toneladas de carbono no solo.

ME∣O AMB∣ENTE | INVESTIMENTO

pt-br

2023-03-06T08:00:00.0000000Z

2023-03-06T08:00:00.0000000Z

https://revistagloborural.pressreader.com/article/282183655263234

Infoglobo Conumicacao e Participacoes S.A.