MÁQU∣NAS AGRÍCOLAS

APESAR DE AUMENTO DAS VENDAS EM 2022, SETOR SEGUE PREOCUPADO COM A ESCASSEZ DE CRÉDITO DESTINADO À RENOVAÇÃO DE MAQUINÁRIO

AMUDANÇA DE GOVERNO, A ALTA DOS JUROS E A ESCASSEZ DE CRÉDITO oficial desenham um cenário nebuloso para o mercado de maquinários e implementos agrícolas neste ano. O setor vem observando um forte freio na liberação de recursos destinados aos programas oficiais de estímulo à compra de maquinários nos últimos anos. No ano passado, por exemplo, o dinheiro anunciado pelo governo federal no Plano Safra e direcionado ao Moderfrota durou dois meses. Havia uma demanda reprimida de contratos já fechados entre produtores e indústrias, sem contar os novos pedidos. No entanto, as vendas de tratores, colhedoras e demais tecnologias aumentaram, segundo dados de associações que monitoram o setor. Essa alta é atribuída principalmente ao fato de muitos produtores estarem capitalizados. Também tem a ver com o interesse em garantir renovação das máquinas antes de uma nova onda de alta dos juros e encarecimento dos financiamentos. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) acredita que o desempenho do segmento em 2023 está diretamente associado ao novo Plano Safra, a ser anunciado pela gestão do presidente Lula no meio do ano. Do ponto de vista macro e de novidades, espera-se uma onda de lançamentos de tratores e colhedoras sustentáveis. Grandes fabricantes têm apostado na eletrificação e em outros combustíveis renováveis, além de autonomia e integração das tecnologias já existentes.