AVES E OVOS
REPRESENTANTES DA AGROINDÚSTRIA AFIRMAM QUE O PAÍS ESTÁ PREPARADO PARA ENFRENTAR A INFLUENZA AVIÁRIA E PROJETAM NÚMEROS ANIMADORES PARA 2023
por VIVIANE TAGUCHI
OSETOR AVÍCOLA NACIONAL SÓ TERIA MOTIVOS para celebrar as tendências projetadas para 2023, não fosse a ameaça da influenza aviária (H5N1). A doença, que já se alastrou por pelo menos 70 países produtores de carne de aves no Hemisfério Norte, que foram obrigados a sacrificar cerca de 150 milhões de aves, chegou à América do Sul neste começo do ano, colocando as autoridades sanitárias em alerta máximo. Especialistas apontam que este é o principal ponto de atenção que os agentes devem ter nos primeiros meses do ano e que das ações sanitárias adotadas vai depender o desempenho do setor no restante de 2023.
As duas quedas se devem, respectivamente, aos altos custos de produção. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa as agroindústrias avícolas do país, apresentou projeções animadoras para o setor: em 2023, a produção de frangos no país deve somar 17,750 milhões de toneladas, 2% acima do volume produzido em 2022. Deste montante, 9,750 milhões de toneladas serão destinados para abastecer o mercado doméstico e 5,3 milhões de toneladas (+8% em relação a 2022), o mercado externo. “O Brasil, que já mantém a liderança global de exportações de carne de frango, deve incrementar ainda mais suas vendas em 2023”, afirma Ricardo Santin, presidente da entidade.
Analistas do Rabobank reforçam que a atenção ao avanço da influenza será um fator-chave para o setor. “A experiência com o vírus na Europa e na América do Norte aumenta as preocupações com o resto da América do Sul, particularmente se a gripe aviária atingir regiões produtoras do Brasil, o que poderia impactar mercados globalmente”, aponta um relatório emitido pela instituição no início de janeiro. “A gripe aviária também pode trazer oportunidades para o Brasil, principalmente na Europa e na Ásia, onde a oferta está baixa.”
Já as perspectivas para o setor de ovos, em 2023, apontam para uma pequena queda na produção e no consumo doméstico, que ainda são reflexos da economia brasileira pós-pandemia, mas as exportações tendem a aumentar, principalmente para países do Oriente Médio e Ásia.
A ABPA indica que a produção de ovos no Brasil em 2023 deve chegar a 51 bilhões de unidades, o que representará 2% a menos que em 2022 (52,075 bilhões de unidades), e o consumo per capita deve ser de 235 uni
“As vendas externas de ovos devem crescer 10% em relação às 9,474 mil toneladas embarcadas no ano passado”
RICARDO SANTIN presidente da ABPA
dades, 2,5% menor que no ano passado (241 unidades per capita).
Apesar de menor, as perspectivas apontam que a demanda doméstica por ovos não deve ser um empecilho para o setor ao longo de todo o ano. Um relatório divulgado no início da segunda quinzena de janeiro pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) indicou que, mesmo com o poder de compra da população ainda fragilizado, a demanda por ovos tende a seguir aquecida. “Por outro lado, o baixo crescimento econômico esperado para 2023 pode limitar a demanda por parte da indústria alimentícia por ovos processados”, alertam os pesquisadores do Cepea.
Se, por um lado, o consumo doméstico parece lento, as exportações de ovos terão um impulso neste ano, segundo a ABPA. A entidade projeta que as vendas externas de ovos devem crescer 10% em relação às 9,474 mil toneladas embarcadas no ano passado. Países como Emirados Árabes, Catar e Japão foram os principais compradores de ovos brasileiros no ano passado e, de acordo com Santin, a tendência é que esses países reforcem suas compras no decorrer do ano.
SUMÁRIO
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2023-01-31T08:00:00.0000000Z
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