Revista Globo Rural

#TÔNAGR

(por Julia Maciel, com supervisão de Denise Saueressig)

Bastaram apenas uma apresentação do curso de aviação e uma reportagem sobre mulheres na Força Aérea no Jornal Nacional para Joelize Friedrichs, que nunca tinha visto um avião de perto, decidir que seria piloto. Hoje, aos 33 anos, ela está entre as dez mulheres que atuam como piloto agrícola no Brasil e se consagrou como pioneira no combate a incêndios. A paixão pela aviação veio aos 18 anos, quando fez o primeiro curso de piloto privado em um aeroclube em sua cidade natal, Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul. No entanto, foi apenas em 2012 que ela se encantou pela aviação agrícola e decidiu que seguiria nessa área. Desde então, já se passaram 11 anos, e o gosto por voar sobre as lavouras só aumentou.

Em 2020, Joelize, que adora um desafio, embarcou em um dos grandes ao decidir atuar como piloto de combate a incêndios florestais no sertão da Bahia. “Eu me senti como uma 'super-heroína' ajudando a salvar a vida daquelas pessoas em situação de miséria. E a melhor recompensa foi o agradecimento delas”, conta.

Ainda que esta tenha sido uma experiência marcante, a piloto demonstra certa frustração com a quantidade de mulheres atuando no segmento no Brasil. Segundo o Sindag (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola), dos 1.958 pilotos agrícolas habilitados, apenas dez são mulheres. “Acredito que faltam relatos de outras mulheres voando. Espero que o meu sirva como inspiração para que elas vejam que é possível voar”, diz.

Sobre os voos do futuro, Joelize deixa sob responsabilidade do destino, mas adianta que, apesar de ser fascinada pela aviação agrícola, ela ainda nutre outros objetivos. “Se eu pudesse resumir meus objetivos de vida, seria: ser mãe, voar e ajudar a salvar o mundo combatendo incêndios”, conclui.

SUMÁRIO

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2023-03-06T08:00:00.0000000Z

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