MILHO: cautela em relação à segunda safra

Os preços do milho andaram de lado em agosto, com quedas pontuais em algumas praças, em função do avanço da colheita da segunda safra e o aumento da oferta interna. O comprador mais afastado das negociações colaborou com o viés de baixa.

Na região de Campinas (SP), o preço médio está em R$ 104,14 por saca de 60 quilos (até 18/8), frente aos R$ 101,66 por saca registrados no mês anterior.

Apesar dos preços mais frouxos, o cenário é de cautela, diante das revisões para baixo na produção esperada na segunda safra.

A Conab revisou para baixo o volume esperado na temporada atual, no relatório divulgado em agosto. No total (primeira, segunda e terceira safras), são esperados 86,65 milhões de toneladas de milho em 2020/2021, 15,94 milhões de toneladas a menos (-15,5%,) que o colhido no ciclo passado.

Em relação aos estoques finais, estão previstos 5,14 milhões de toneladas em 2020/2021, em relação aos 5,47 milhões de toneladas estimadas anteriormente e aos 10,6 milhões de toneladas em estoques finais na temporada 2019/2020.

Para o curto e médio prazos, não estão descartadas quedas nos preços no mercado brasileiro, com a colheita em andamento e a maior disponibilidade interna.

Destacamos, no entanto, que a previsão de estoques finais mais enxutos neste ciclo e a boa demanda interna são limitantes para quedas mais fortes nas cotações nesta temporada.

Outro ponto importante foi a revisão para baixo na produção de milho nos Estados Unidos (2021/2022), em fase de desenvolvimento, estimada em 374,68 milhões de toneladas no ciclo atual, em comparação aos 385,21 milhões de toneladas previstas no relatório passado para esta temporada.